Mercado Comum do Sul (MERCOSUL)
RESOLU��ES DO GRUPO MERCADO COMUM
MERCOSUL/GMC/RES N� 59/98 - Pol�ticas de Apoio �s Micro, Pequenas e
M�dias Empresas do MERCOSUL - Etapa II
POL�TICAS DE APOIO �S MICRO, PEQUENAS E M�DIAS EMPRESAS DO MERCOSUL - ETAPA II
TENDO EM VISTA:
O Tratado de Assun��o, o Protocolo
de Ouro Preto e a Resolu��o N� 90/93 do Grupo Mercado Comum e a Recomenda��o N�
5/98 do SGT N� 7 "Ind�stria".
CONSIDERANDO:
Que se consideram cumpridos
os objetivos assinalados no documento "Pol�ticas de Apoio �s Micro,
Pequenas e M�dias Empresas do MERCOSUL", aprovado pela Resolu��o GMC N�
90/93.
Que, em conseq��ncia, h� a
necessidade de que seja dada continuidade aos avan�os conquistados no �mbito do
MERCOSUL para essas empresas, devem ser atualizadas as pol�ticas para as micro,
pequenas e m�dias empresas, adequando-as � realidade atual dos Estados-Partes.
Que, para essa etapa, ser�
acordada uma nova caracteriza��o das micro, pequenas e m�dias empresas, a n�vel
setorial est�o sendo estabelecidas as defini��es para ind�stria, com�rcio,
servi�os e microempresas artesanais.
Que esta caracteriza��o
ser� aplicada unicamente para os programas conjuntos do MERCOSUL.
O GRUPO MERCADO COMUM RESOLVE
Art. 1 - Aprovar o
documento "Pol�ticas de Apoio �s Micro, Pequenas e M�dias Empresas do
MERCOSUL - Etapa II", em suas vers�es em espanhol e portugu�s, que consta
no anexo e faz parte da presente Resolu��o.
ANEXO
POL�TICAS DE APOIO �S MICRO,
PEQUENAS E M�DIAS EMPRESAS DO MERCOSUL - ETAPA II
INTRODU��O
As profundas mudan�as
estruturais da economia mundial t�m modificado a natureza da competi��o tanto
das grandes empresas como das Micro, Pequenas e M�dias Empresas (MPMES).
A conforma��o de blocos
regionais e a liberaliza��o do com�rcio mundial t�m acelerado os efeitos da
globaliza��o e a necessidade de gerar novas respostas aos novos desafios que se
originam � partir das mesmas.
Na busca de novas respostas percebeu-se a necessidade de uma redefini��o dos padr�es de
organiza��o, dos
pap�is e dos tipos de rela��es que devem ter os diferentes personagens que
interv�m na constru��o do ambiente produtivo e competitivo, e entre eles, o
papel do pr�prio Estado.
As Pol�ticas de Apoio �s
Micro, Pequenas e M�dias Empresas implementadas no passado, em um contexto
muito diferente do atual e baseadas em concep��es intervencionistas do Estado,
atrav�s de medidas como a promo��o industrial, os subs�dios diretos, a
restri��o indiscriminada das importa��es, etc., t�m demonstrado a escassa
efici�ncia na gera��o de capacidades competitivas sustent�veis a longo prazo.
Em economias fechadas, as
MPMES conseguiam sobreviver e prosperar mediante estrat�gias defensivas que
redundavam numa diversifica��o de suas atividades, multiplicando seus produtos
e aglutinando processos ineficientemente. Numa economia aberta e globalizada, a
din�mica e a intensidade da competi��o fazem necess�rio que as unidades
econ�micas focalizem todos seus esfor�os em suas principais capacidades, e que
se coordenem e se complementem com outras unidades, tanto as a��es de gera��o
de valor como as atividades de apoio, integrando as cadeias de valor para
alcan�ar uma maior produtividade e um maior grau de diferencia��o mediante as economias
de escala.
Neste marco, o papel do
Estado tamb�m deve ser redefinido, atuando como gerador de impulsos e moderador
do processo social de aprendizagem entre empresas, suas respectivas
associa��es, o setor cient�fico-tecnol�gico e as entidades intermedi�rias para,
atrav�s do di�logo, detectar defici�ncias, explorar margens de manobras e
elaborar vis�es de m�dio prazo que sirvam de orienta��o para criar, em
consenso, estrat�gias de desenvolvimento e aquisi��o e fortalecimento de
vantagens competitivas.
Este processo exige uma
consider�vel capacidade t�cnica, coordenadora organizativa das figuras
estatais, um alto grau de capacidade de auto-organiza��o dos grupos sociais e a
disposi��o destes na intera��o estrat�gica, em base a mecanismos de tomada de decis�es
dirigidas � resolu��o conjunta de problemas.
Por sua vez, isto requer um
conjunto de condi��es que est�o relacionadas com quatro n�veis:
O primeiro deles � o n�vel
MACRO que inclui a gera��o de uma vis�o compartilhada e um consenso social
sobre a pol�tica econ�mica dirigida ao mercado mundial. Isto tamb�m compreende
um padr�o b�sico e n�o discriminativo de organiza��o jur�dica, pol�tica,
econ�mica e macro social que permitam aglutinar a potencialidade dos elementos
sociais e econ�micos em prol da aquisi��o das capacidades competitivas pondo em
a��o os processos sociais de aprendizagem e, por �ltimo, a disposi��o e
capacidade de organiza��o e intera��o para implementar as estrat�gias
selecionadas para o aumento da competitividade e gera��o de emprego com boas
condi��es gerais de trabalho.
Num segundo n�vel, que � o
MACRO, se estabelecem as condi��es de estabilidade econ�mica para tomada de
decis�es de maneira que as mesmas n�o sejam distorcidas e propiciem condi��es
financeiras favor�veis, uma pol�tica comercial que n�o gere uma vis�o
anti-exportador e um marco regulat�rio e normativo para que gere uma press�o
competitiva sobre as empresas, tal que estas se vejam obrigadas a aumentar sua
produtividade e diferencia��o.
Num terceiro n�vel, que � o
MICRO se d� efetiva inova��o tecno-organizativa das empresas atrav�s de um
otimiza��o da divis�o interempresarial do trabalho a partir de estreitas
intera��es entre firmas industriais e servi�os terceirizados, subcontratistas,
centros especializados em tecnologia e contatos fluidos entre produtores e
compradores integrando as respectivas cadeias de valor.
Num quarto n�vel, se
definem as estrat�gias de interven��o de todos os personagens num �mbito
localizado. Relaciona-se com o conjunto espec�fico das empresas e �
INFRA-ESTRUTURAL e INSTITUCIONAL. Neste n�vel se constr�em as condi��es
espec�ficas de competitividade das empresas desde a mesma infra-estrutura
f�sica, as pol�ticas educativas de investiga��o e tecnologia, que permitem uma
atividade competitiva, at� a configura��o dos grupos de elementos estrat�gicos
e suas inter-rela��es e articula��es de diversas amplitudes, profundidades e
intensidade.
Algumas caracter�sticas
deste �ltimo n�vel na atual conjuntura, s�o a atomiza��o das potencialidades,
inclusive da condu��o e da tomada de decis�es entre os personagens p�blicos e
privados. � a�, onde se conforma o padr�o organizativo em base aos fluxos de
informa��o, aos interesses particulares e mecanismos de resolu��o conjunta de
problemas com base em processos de tomadas de decis�es.
Ainda que o padr�o t�cnico
organizativo seja fundamental para a configura��o dos fatores estruturais que
fazem a competitividade e a din�mica dos mesmos, tal que geram um processo da
aprendizagem cont�nuo que aprofunde as vantagens competitivas, o pr�prio padr�o
t�cnico-organizativo � resultado de um processo de aprendizagem.
As pol�ticas p�blicas de
apoio j� n�o podem ser indicativas e/ou intervencionistas devido ao fato de que
sua pr�pria natureza impede uma leitura correta dos sinais econ�mico-empresariais
que fazem a competi��o aberta e porque a efetividade dos programas estatais
depende da coopera��o e intera��o dos diferentes grupos de elementos
estrat�gicos e de seu funcionamento institucional.
Se este �ltimo � correto em
geral, algo mais importante resulta para as micro, pequenas e m�dias empresas,
cujo tamanho econ�mico e sua alta atomiza��o impedem, por um lado, de carregar
individualmente com os custos que implicam o desenvolvimento das inova��es e
dos conhecimentos necess�rios para competir e, por outro lado, dada a
inexist�ncia de poder de aglutina��o necess�ria por si mesmas, de gerar um
espa�o e intera��es para sustentar o processo cont�nuo de aprendizagem e
aquisi��o de capacidades.
A defini��o de pol�ticas e
medidas de apoio ao setor deve centrar-se na implementa��o e concentra��o de
esfor�os que tendam a adotar as a��es de cada uma das na��es de uma maior
coer�ncia e coordena��o entre si, com vistas ao funcionamento do Bloco e
conseguir desta maneira, medidas de fomento de maneira harmonizada para
estimular e financiar o interc�mbio e a coopera��o entre as empresas deste
segmento.
O objetivo do presente
documento � revisar as pol�ticas para MPMES e Artesanatos no Mercosul e
assinalar as linhas b�sicas que devem conter as pol�ticas de apoio e fomento �s
Micro, Pequenas e M�dias Empresas em cada um dos Estados Partes, para conseguir
uma harmoniza��o em n�vel regional no desempenho deste estrato empresarial e ir
reduzindo as assimetrias existentes. Assim mesmo, quando for aprovado este
documento, o mesmo dever� servir de par�metro para os programas em comum do
Mercosul.
LINHAS ESTRAT�GICAS
GERAIS
1. DEFINI��O MPMES
Nos Estados Partes do
MERCOSUL s�o utilizadas diversas defini��es para delimitar este universo, o que
demonstra a heterogeneidade de crit�rios respondendo a natureza pr�pria do
fen�meno MPMES, que se origina e desenvolve em diferentes estruturas
produtivas. Por sua vez, as diferentes formas de delimitar esse universo est�
em fun��o dos objetivos que se perseguem, a precariedade de informa��es e o
contexto econ�mico.
Nesse sentido, entende-se
que deveria entrar-se em consenso e insistir na busca de uma defini��o comum e
aplicada nos Estados Partes. Por sua vez, � importante destinguir entre Micro,
Pequena e M�dia empresa e entre setores produtivos, j� que h� diferen�as
substanciais entre eles. Considera-se necess�rio utilizar crit�rios
quantitativos e qualitativos.
Crit�rio quantitativo:
Para os par�metros de
defini��o se aplicam dois crit�rios: pessoal empregado e n�vel de faturamento. Para
os fins da classifica��o prevalecer� o n�vel de faturamento, o n�mero de
pessoas ocupadas ser� adotado como refer�ncia.
IND�STRIA
TAMANHO
|
PESSOAL OCUPADO
De - at�
|
VENDAS ANUAIS US$
De - at�
|
MICRO
|
1-10
|
1-400.000
|
PEQUENA
|
11-40
|
400.001-3.500.000
|
M�DIA
|
41-200
|
3.500.001-20.000.000
|
COM�RCIO E SERVI�OS
TAMANHO
|
PESSOAL OCUPADO
De- at�
|
VENDAS ANUAIS US$
De - at�
|
MICRO
|
1-5
|
1-200.000
|
PEQUENA
|
6-30
|
200.001-1.500.000
|
M�DIA
|
31-80
|
1.500.001-7.000.000
|
Crit�rio qualitativo:
As MPMES n�o dever�o estar
controladas por outra empresa ou pertencer a um grupo econ�mico que em seu
conjunto supere os valores estabelecidos.
Cl�usula evolutiva:
Deixar�o de pertencer �
condi��o de MPMES, somente se durante dois anos consecutivos superarem os
par�metros estabelecidos. Esta cl�usula tem por objetivo n�o desestimular o
crescimento diante da eventualidade de superar os par�metros quantitativos que
caracterizam o estrato MPMES.
EMPRESAS ARTESANAIS
Por sua vez, dever-se-�
contemplar a defini��o de empresas artesanais. Ainda que essas empresas se
encontrem inclu�das no estrato das Micro empresas, as mesmas devem conter uma
distin��o especial onde se destaque, em primeiro lugar, o car�ter de express�o
cultural e art�stico e baseado de maneira significativa no trabalho manual.
2. PROMO��O DE
COMPETITIVIDADE
Com rela��o � promo��o de
competitividade das MPMES no �mbito do Mercosul, as a��es dos Governos
Nacionais dever�o realizar-se de forma coordenada, tendo em conta a promo��o da
ocupa��o, gera��o de postos de trabalho e renda. Mesmo assim, se tender� a um
melhoramento da inser��o internacional destas empresas.
Isto n�o implica deixar de
realizar a��es individuais por parte dos respectivos Governos.
As Micro, Pequenas e M�dias
Empresas representam um papel fundamental dentro da estrutura econ�mico-social
das economias nacionais de cada um dos Estados Partes e efetuam um importante
suporte ao desenvolvimento econ�mico do MERCOSUL.
Em termos gerais, os
principais problemas que limitam o desempenho das MPMES podem-se agrupar de
acordo com suas caracter�sticas nos seguintes pontos quantitativos e
qualitativos, que formam o espa�o de competitividade das empresas,
destacando-se que mesmo que a informa��o n�o esteja inclu�da, este � um
problema que atravessa transversalmente tanto os aspectos quantitativos como os
qualitativos
ESPA�O DE COMPETITIVIDADE
Quantitativos
|
Qualitativos
|
1. Financiamento
|
1. Gest�o Empresarial:
capacita��o e qualifica��o
|
2. Tributa��es e
Aduaneiras
|
2. Tecnologia Qualidade e
produtividade
|
3. Trabalhista
|
3. Acesso aos mercados
|
Para isso, considera-se
relevante a implementa��o de a��es de maneira vinculada nas seguintes �reas:
A. ASPECTOS
QUANTITATIVOS
1. Financiamento
Dever-se-ia trabalhar na
cria��o de linhas de cr�ditos regionais para financiar projetos das MPMES,
sobretudo aqueles projetos empresariais que impliquem processos concretos de
integra��o regional, promo��o de empregos, moderniza��o e coopera��o ou em
setores onde se fa�a necess�rio processos de restrutura��o
Deveria contemplar-se
especialmente as MPMES que satisfa�am estes requisitos, de modo a incentivar
aquelas empresas que se encontram em processos de restrutura��o e moderniza��o
Por sua vez, � de suma
import�ncia criar instrumentos que facilitem a constitui��o de garantias para
as empresas, para reduzir esta limita��o de acesso ao cr�dito. Em tal sentido,
deveria ser aprofundada a discuss�o deste tema e o interc�mbio de experi�ncias
e instrumentos inovadores nos Estados Partes.
As estrat�gias a seguir
deveriam contemplar a cria��o de um amplo menu de instrumentos e aperfei�o�-los
juridicamente, de tal maneira que possam servir como diferentes op��es �s
necessidades financeiras das empresas e apoiar financeiramente, a partir dos
Estados Nacionais, programas que apontem a gera��o de um marco de refer�ncia
confi�vel que reduza os riscos das MPMES para os bancos.
Os esfor�os dever�o
concentrar-se em:
1.1. Estudar a cria��o de
linhas de cr�dito regionais para financiar projetos de MPMES, em particular
aqueles orientados para a integra��o regional e a coopera��o empresarial
(associa��es e joint-ventures) em especial para aqueles setores que
necessitem reestrutura��o sob um ponto de vista gerencial e tecnol�gico,
buscando implementar mecanismos que levem em considera��o crit�rios de
contrapartida relativos � gera��o de empregos e/ou manuten��o de postos de
trabalho.
1.2. Estimular e difundir a
implementa��o de mecanismos facilitadores de garantia de cr�dito e aval a
financiamentos, assim como tamb�m seguros de cr�dito.
2. Tributa��o e
transa��es aduaneiras
A principal a��o de apoio
�s MPMES � implementar a harmoniza��o tribut�ria, onde a simplifica��o
tribut�ria � um aspecto fundamental.
O Brasil j� conta com uma
legisla��o nesta mat�ria para as Microempresas e a Argentina tem avan�ado nesta
dire��o e, no mesmo sentido devem avan�ar Uruguai e Paraguai.
Outra das preocupa��es s�o
os incentivos fiscais que outorgam os distintos pa�ses. Dever-se-� trabalhar na
dire��o de tender � maior harmoniza��o dos mesmos de modo que seja assegurado
aos Estados Partes condi��es iguais.
Quanto � administra��o
tribut�ria, deveria explicitar-se que um dos objetivos, a m�dio prazo, reside
na simplifica��o das transa��es vinculadas ao com�rcio exterior. � de suma
import�ncia avan�ar na dire��o da padroniza��o e simplifica��o das transa��es,
exig�ncias e controles que levam a cabo os distintos pa�ses com o objetivo de
reduzir as diferen�as de tratamento, incentivos, etc., em particular os que se
refiram � aduana e �s barreiras alfandeg�rias.
Portanto, dever-se-�:
2.1. Analisar e avaliar os
sistemas tribut�rios existentes em cada Estado Parte, visando introduzir
reformas que tendam � simplifica��o para as MPMES, com �nfase nos
empreendimentos vinculados � cria��o e manuten��o de empresas e ao com�rcios
exterior, � redu��o de formalidades f�sicas de fronteiras e � elimina��o de
barreiras f�sicas e t�cnicas, facilitando o processo de importa��o e exporta��o
das MPMES mantendo as formalidades administrativas dentro dos limites
estritamente necess�rios.
3. Trabalhista
Nesta mat�ria, dever-se-�
estudar e analisar as pol�ticas e programas de produ��o de empregos e
regulamenta��o do mercado de trabalho e seus impactos sobre a competitividade
das empresas.
Para isso dever-se-�:
3.1. Estimular e
implementar programas de capacita��o, qualifica��o e requalifica��o de m�o de
obra, destacando-se o turismo e outros setores cujos diagn�sticos apontem a
necessidade de uma restrutura��o imediata que potencialize a gera��o de
empregos
3.2. Estimular os
organismos cuja fun��o � analisar o mercado de trabalho e a promo��o de
programas de qualifica��o profissional, no n�vel do MERCOSUL, para que realizem
estudos espec�ficos para as realidades e necessidades das MPMES.
3.3. Estimular as empresas
a gerenciar sua pol�tica de recursos humanos para a gera��o de empregos com
boas condi��es gerais de trabalho, segundo um ponto de vista ambiental, de
sa�de e seguran�a no trabalho e qualidade de vida do trabalhador.
3.4. Estudar a incorpora��o
de novos instrumentos que permitam um melhoramento do ingresso de trabalhadores.
B. ASPECTOS QUALITATIVOS
1. Gest�o Empresarial:
Capacita��o e Qualifica��o
As pol�ticas de apoio �s
MPMES, no que se refere � gest�o empresarial, deveriam centrar-se em capacita��o
em gest�o empresarial para o qual � indispens�vel o desenho de Cursos de
Capacita��o em Gest�o e Qualidade. Os mesmos dever�o orientar-se �s MPMES, sem
privilegiar nenhum setor produtivo em particular, n�o excluindo a possibilidade
de atuar sobre setores espec�ficos.
Por sua vez, a capacita��o
da gest�o empresarial dever� complementar-se perfeitamente com programas de
capacita��o de m�o-de-obra, em setores previamente identificados que necessitam
de reestrutura��o imediata. Ao mesmo tempo dever-se-ia estimular a implanta��o
de mecanismos de interc�mbio de experi�ncias entre t�cnicos de institui��es e
empresas e formar capacitadores em gest�o ambiental, para poder efetuar uma
adequada apropria��o dos recursos naturais e controle dos aspectos ambientais,
dentro de um processo de desenvolvimento sustentado.
Dever-se-�o centrar esfor�os
em formar multiplicadores em gest�o de qualidade total.
Outro aspecto relevante �
gerar campanhas de conscientiza��o entre os Estados Partes sobre a import�ncia
das MPMES, inclusive estimulando o fortalecimento e a organiza��o de suas
entidades de apoio e de representa��o setoriais e regionais, incentivando a
integra��o e o interc�mbio de experi�ncias entre elas.
2. Tecnologia, Qualidade
e Produtividade
Em vista a buscar uma
melhor inser��o das MPMES no plano internacional, dever� ser fomentado ou incrementada
a competitividade destas empresas, atrav�s de a��es complementares em
tecnologia, qualidade e produtividade.
Um ponto fundamental � a
promo��o de projetos associativos (a cria��o de redes flex�veis). Um alto grau
de homogeneidade cultural e tecnol�gica entre associados � de suma import�ncia.
Aqui resulta decisivo identificar as tecnologias apropriadas e os mecanismos
mais efetivos de transfer�ncia tecnol�gica desde os organismos competentes nos
Estados Partes.
Al�m disso, � necess�rio
impulsar o reconhecimento m�tuo de certifica��o, j� que � um item de grande
import�ncia para refor�ar a presen�a das MPMES no com�rcio internacional.
Este est�mulo deve ser
complementado com as recomenda��es relativas � ado��o de f�rmulas cooperativas
entre as MPMES que permitam alcan�ar uma escala adequada para exportar e canais
comuns de comercializa��o. N�o se deve esquecer que isto est� unido �
incorpora��o de ferramentas da gest�o de qualidade certifica��o de produtos,
sistemas e processos nas organiza��es produtivas.
Como os sistemas de
inova��o dos distintos pa�ses s�o bastante diferentes, deveriam desenvolver-se
programas cujo objetivo seja estimular a cria��o de redes inovadoras. Isto �,
favorecer a associa��o de firmas, Centros de pesquisa, Universidades, organiza��es
intermedi�rias e o Estado, no pr�prio contexto nacional, mas com vistas a
cooperar na gera��o de inova��o.
Dever�o ser trabalhados os
seguintes pontos:
2.1. Elaborar e difundir
metodologias para auto-diagn�stico gerencial e capacita��o empresarial tendendo
a melhorar a qualidade das empresas.
2.2. Estimular o
desenvolvimento dos projetos cooperativos entre grupos de empresas com a mesma
base tecnol�gica e a promo��o de mecanismos que facilitem a intera��o e o
acesso das MPMES aos centros de pesquisa e �s Universidades, em busca das
solu��es de problemas t�cnicos, assim como o desenvolvimento e da incorpora��o
de novas tecnologias.
2.3. Promover uma cultura
de responsabilidade nas MPMES relativa aos direitos de marcas, patentes e
registros.
2.4. Estimular o segmento
artesanal para que seja capaz de introduzir melhoras nos produtos e gerar
escalas de comercializa��o, inclusive para a exporta��o.
2.5. Implementar programas
de artesanatos com o objetivo de valoriza��o cultural, gerar estrat�gias de
comercializa��o para os mercados regionais e internacionais e capacitar
m�o-de-obra
2.6. Implementar a��es para
a inser��o do desenho como a tecnologia necess�ria para agregar valor nos
produtos e servi�os prestados pelas MPMES do MERCOSUL, qualificando sua competitividade,
otimizando as condi��es de trabalho e a rela��o da produ��o com o meio
ambiente.
2.7. Estimular a inova��o e
o desenvolvimento tecnol�gico como incentivo � gera��o, � incorpora��o e ao uso
de tecnologias de gest�o, processos, produtos e servi�os.
2.8. Estimular os programas
dedicados � implanta��o de incubadoras de empresas, como oportunidades de
agregar valor aos bens e servi�os e de compartir e intercambiar experi�ncias.
2.9. Estimular a
implanta��o de redes regionais de metrologia.
2.10. Apoiar a utiliza��o
pelas MPMES dos servi�os de metrologia, de ensaios de laborat�rios e de
certifica��o.
2.11. Estimular a
utiliza��o do poder de compra, inclusive do Estado, como um instrumento a mais
para facilitar o desenvolvimento das MPMES que produzam bens e servi�os com
qualidade adequada, impulsando a associa��o para gerar a escala e uniformizar a
oferta.
2.12. Estimular a
implanta��o dos sistemas de gest�o de sa�de, de seguran�a e de meio ambiente.
2.13. Estimular o
conhecimento e a utiliza��o pelas MPMES dos regulamentos t�cnicos normas
t�cnicas e procedimentos de avalia��o e de conformidade, como instrumentos
facilitadores de acesso aos mercados
3. Acesso aos Mercados
Os esfor�os dos Governos
neste ponto devem centrar-se na gera��o de est�mulos adequados para que se
incrementem os n�veis de associativismo, forma��o de grupos de empresas,
participa��o em feiras e eventos nacionais e internacionais, e a cria��o de
instrumentos de apoio em busca da amplia��o de oportunidades e detec��o de
novas oportunidades comerciais.
Para isso, dever-se-ia
enfatizar o fortalecimento, inter-rela��o, interc�mbio e cria��o de programas e
pol�ticas de apoio �s MPMES na busca de novos mercados cada vez com maior
interdepend�ncia entre os elementos intervenientes.
Dessa maneira, dever-se-�
avan�ar numa maior articula��o e complementa��o entre os programas existentes
em cada um dos pa�ses, orientando-os para um aumento da capacidade exportadora
destes segmentos e para a conquista de novos mercados a n�vel regional e
internacional, difundindo-os no universo de todas as MPMES atrav�s dos
organismos e institui��es p�blicas e privadas, estimulando a aproxima��o e a
comunica��o entre eles. Em particular, dever-se-ia focalizar os esfor�os em
estimular e assistir as MPMES em sua integra��o ao com�rcio internacional.
Por sua vez, estes
programas e servi�os dever�o complementar as a��es e servi�os previstos pelo
setor privado, n�o duplicando os servi�os que j� se encontram dispon�veis ao
alcance das MPMES, buscando-se:
3.1. Estimular a organiza��o
de grupos de empresas dos pa�ses membros interessados em realizar opera��es
comerciais em outros pa�ses, para participar de feiras, exposi��es e encontros
de neg�cios;
3.2. Estimular as
associa��es para que as empresas associadas possam sair em busca de outros
mercados no MERCOSUL e competir em n�vel internacional;
3.3. Facilitar o acesso das
Micro, Pequenas e M�dias Empresas, agrupadas ou n�o, ao segmento de mercado
formado pelos organismos p�blicos;
3.4. Estimular, por meio de
mecanismos especiais, a associa��o de artes�os que sejam capazes de introduzir
melhoras nos produtos e gerar escalas de comercializa��o, inclusive para
exporta��o;
3.5. Criar instrumentos de
apoio para as MPMES na busca de amplia��o de oportunidades e novos n�cleos de
mercado; e
3.6. Estudar e estimular os
processos de subcontrata��o e forma��o de cadeias produtivas, observando-se as
quest�es relativas aos trabalhadores;
C. INFORMA��O
A informa��o � um elemento
que cruza transversalmente toda a problem�tica dos segmentos das MPMES,
portanto � de suma import�ncia integrar redes de informa��o e bases de dados
nacionais e internacionais, incrementar a transmiss�o de oportunidades de
neg�cios e comerciais, assim como fomentar o conhecimento e a utiliza��o de
t�cnicas e procedimentos como facilitadores de interc�mbio para contribuir na
sustenta��o e desenvolvimento das MPMES. Deve-se identificar as melhores
alternativas para que consigam ser mais competitivas, tanto no seu pr�prio
mercado nacional como no internacional.
� importante adotar a��es e
instrumentos articulados que permitam oferecer produtos e servi�os de
informa��o cuja miss�o seja solucionar as necessidades informativas desse
segmento produtivo.
Para alcan�ar este
objetivo, � indispens�vel apoiar-se em ferramentas efetivas e eficientes que
lhes permitam tomar a��es adequadas no �mbito que lhes corresponda.
Dessa maneira, os sistemas
de informa��o devem estar previstos de forma tal que permitam a realiza��o de
consultas de maneira �gil e totalmente guiada.
As diferentes �reas
tem�ticas deveriam desenvolver-se a partir de uma s�rie de itens b�sicos, de
onde se bifurquem em subcampos que abranjam desde a informa��o local at� a mais
particular e espec�fica.
As linhas de a��o dever�o
tender a:
Facilitar
o acesso das MPMES � informa��o eletr�nica;
-
Renovar a oferta informativa ampliando e mantendo-a permanentemente
atualizada;
-
Promover a utiliza��o das tecnologias de informa��o para as MPMES;
-
Potencializar a qualidade dos servi�os de informa��o prestados
pelas diferentes institui��es;
-
Promover iniciativas dirigidas � difus�o da problem�tica das MPMES
de cada Pa�s;
-
Integrar sistemas de rede de informa��o empresarial e bases de
dados nacionais e internacionais de interesse empresarial;
-
Estimular, aperfei�oar e implantar novos instrumentos de
divulga��o, difus�o e interc�mbio de informa��es para as MPMES;
-
Captar, receber e divulgar oportunidades de neg�cios para as
empresas nas �reas de subcontrata��o, terceiriza��o,
exporta��o/importa��o, joint-ventures e transfer�ncia de tecnologias,
atrav�s da cria��o e implementa��o de bolsas de subcontrata��o e neg�cios.
De modo a ir avan�ando no
plano de a��o sobre os conte�dos dos sistemas de informa��o do MERCOSUL,
incluem-se algumas caracter�sticas e conte�dos b�sicos que devem contemplar-se:
Caracter�sticas
dos pa�ses: divis�o pol�tica, popula��o, infra-estrutura - portos, aeroportos,
comunica��es, etc. - clima entre outros;
-
Indicadores econ�micos b�sicos: PIB dos Estados Partes, pre�os de
atacado e de varejo, setor externo (balan�a comercial dos pa�ses do
MERCOSUL, e de cada pa�s em rela��o aos demais), d�ficit fiscal, press�o
tribut�ria;
-
Com�rcio intra-regional: com�rcio total, exporta��es e importa��es,
participa��o no com�rcio intra-regional, com�rcio total do bloco;
-
Composi��o das exporta��es por pa�s de destino, por quantidade, por
raz�o social, por posi��o tarif�ria;
-
Pol�tica cambi�ria, tipo de c�mbio real, paridade cambi�ria real de
cada pa�s em rela��o aos outros, etc.;
-
Estat�sticas industriais: �ndice de Produ��o Industrial, produ��o
de unidades f�sicas por setores, quantidades de estabelecimento segundo a
classifica��o CIIU, etc.;
-
Taxa de juros ativa e passiva;
-
Normas e regulamentos para investimentos e outras de interesse para
as rela��es produtivas inter-regionais;
-
Incentivo � invers�o produtiva: fiscais e de cr�ditos;
-
Pol�tica Comercial: tarifas, barreiras tarif�rias, outros
requisitos;
-
Regulamentos e normas de com�rcio exterior: normas de acesso
(sanit�rias, de qualidade, embalagem, etc.), prefer�ncias comerciais;
-
Operadoras para exportar e importar;
-
Estudos de mercado;
-
Oportunidades comerciais;
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Diret�rios de provedores de bens e servi�os;
-
Estrutura tribut�ria, disposi��es legais (leis, decretos,
resolu��es e circulares), impostos internos (com distin��o por estados),
guia de tr�mite, impositivos e formul�rios;
-
Regime de Promo��o Industrial;
-
Centros e institutos de investiga��o tecnol�gicas;
-
Patentes, desenho industrial e ofertas de tecnologia;
-
Guia de tr�mites;
-
Financiamento: linhas de cr�dito, assessoria de acesso ao cr�dito;
-
Capacita��o para empres�rios MPMES: cursos e semin�rios, programas.
confer�ncias;
-
Publica��es;
-
Programa de apoio a MPMES: de extens�o, capacita��o, gest�o de
qualidade, etc.
NORMAS GERAIS DO PLANO
DE A��O PLURIANUAL
Para o cumprimento das
diretrizes gerais e estrat�gias estabelecidas neste documento, ser� definido e
implementado o Plano de A��o Plurianual (1998-2001), que dever� ser revisado ao
final desse per�odo.
As linhas de trabalho que
os pa�ses do MERCOSUL desenvolver�o em conjunto, em fun��o do apoio �s MPMES,
deveriam estruturar-se em correspond�ncia com a realidade que indica que as
empresas de maior produtividade e competitividade s�o aquelas que dirigem seus
produtos e servi�os a mercados exigentes tanto externos quanto internos.
Ao necessitar que qualquer
a��o provenha do mercado, prop�e-se a a��o conjunta das pol�ticas de apoio dos
pa�ses do MERCOSUL desenvolva um trabalho de identifica��o e transfer�ncia de
pol�ticas e metodologias exitosas [sic.], de apoio �s MPMES, visando a forma��o
de redes supranacionais nos setores onde as capacidades desenvolvidas sejam
complementarias e perten�am a uma mesma cadeia de valor, tal que estas possam
ser potencializadas em favor de uma maior penetra��o nos mercados
internacionais.
Para isso prop�e-se como
esquema geral:
-
Identificar
os setores e produtos de cada pa�s que perderam participa��o relativa no que
diz respeito a outros pa�ses em suas exporta��es MPMES.
-
Analisar a cadeia de valor que explica os fatores de �xito nesses
setores/produto.
-
Selecionar aqueles setores de mais alta complementaridade entre os
distintos pa�ses.
-
Identificar as pol�ticas exitosas [sic.] de apoio a outros setores,
onde se tenha ganhado uma crescente participa��o nos mercados externos, em
rela��o �s exporta��es de MPMES de terceiros pa�ses.
-
Analisar a possibilidade e desenvolver mecanismos necess�rios para
transfer�ncia dessas pol�ticas e metodologias.
-
Identificar as fortalezas relativas das capacidades desenvolvidas
em cada pa�s para apoiar o melhoramento dos fatores confluentes � cadeia
de valor em quest�o. Propor a��es conjuntas com base nas mesmas, para ser
implementadas.
-
Conformar grupos de trabalhos cujo objetivo seja identificar as
diferentes �reas onde se verifique maiores assimetrias e propor as medidas
corretivas necess�rias.
-
Implementar campanhas de conscientiza��o sobre a import�ncia das
MPMES e a necessidade de fortalecer as entidades que as representam, tanto
no n�vel regional quanto setorial.
Dever-se-� elaborar
informes peri�dicos e sistem�ticos dos aspectos relevantes setoriais e
regionais, de maneira que se posse acompanhar as tend�ncias e identificar
eventuais oportunidades de desenvolvimento de pol�ticas pontuais de apoio.
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