Mercado Comum do Sul (MERCOSUL)
RESOLUÇÕES DO GRUPO MERCADO
COMUM MERCOSUL/GMC/RES. N°
18/05 - DIRETRIZES PARA METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
TENDO EM VISTA: O
Tratado de Assunção, o
Protocolo de Ouro Preto e a
Resolução N° 56/02 do Grupo Mercado Comum.
CONSIDERANDO: A necessidade de estabelecer metodologias comuns para a avaliação de
tecnologias em saúde entre os Estados Partes. A segurança, a eficácia e a efetividade das tecnologias relevantes em saúde
de maneira a contribuir para a tomada de decisões em matéria de saúde. Os resultados econômicos que são imprescindíveis para conhecer os custos e,
em conseqüência, as necesidades financeiras do sistema. Os impactos sanitários, sociais, éticos, organizacionais e econômicos com o
objetivo de compartilhar e intercambiar informação entre os Estados Partes,
evitando a duplicação de trabalhos, através da harmonização de metodologias de
trabalho. O GRUPO MERCADO COMUM
RESOLVE: Art. 1- Aprovar as “Diretrizes para Metodologias de Avaliação de Tecnologias
em Saúde”, que figura como Anexo e forma parte da presente Resolução. Art. 2 - A presente Resolução não necessita ser incorporada aos ordenamentos
jurídicos dos Estados Partes por regulamentar aspectos da organização ou do
funcionamento do MERCOSUL.
LVIII GMC - Assunção, 09/VI/05
ANEXO
DIRETRIZES PARA METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
ÍNDICE 1. Princípios Gerais
2. Objetivos do uso racional das tecnologias em saúde
3. Definições
4. Metodologia empregada para a Avaliação de Tecnologias em Saúde
5. Estratégia de implementação de Avaliação de Tecnologias em Saúde ANEXO I:
Conteúdo da base de dados 1. PRINCÍPIOS GERAIS A Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) constitui uma forma exaustiva de
pesquisa sobre as conseqüências técnicas (geralmente clínicas), econômicas e
sociais derivadas do uso de tecnologias em saúde, incluindo seus efeitos diretos
e indiretos, desejáveis e indesejáveis, a curto e médio prazo. A ATS é uma combinação de análise e síntese da evidência científica
disponível e do juízo de profissionais relacionados com o tema. Os resultados
são contextualizados para gerar informação que facilite a tomada de decisões. A rapidez da introdução das tecnologias em saúde acentúa o interesse em se
dispor de informação objetiva e precisa sobre seus riscos e benefícios globais.
Na ausência da evidência de que o ritmo de aquisição das mesmas seria atenuado
no futuro, os Estados Partes crêem necessário estabelecer políticas de adoção e
incorporação de novas tecnologias e de manutenção daquelas que atualmente
encontram-se em uso no sistema de saúde, de modo a minimizar os efeitos
negativos para, assim, contribuir para melhorar a qualidade do sistema.
2. OBJETIVOS DO USO RACIONAL DAS TECNOLOGIAS EM SAÚDE A Avaliação de Tecnologias em Saúde tem por objetivos:
-
Contribuir para a formulação das políticas de saúde, informando as
alternativas possíveis para a otimização dos recursos disponíveis.
-
Colaborar na tomada de decisões dirigidas à introdução ordenada,
instalação e utilização das tecnologias de saúde, conforme os critérios baseados
no conhecimento científico.
-
Identificar e desenvolver critérios e processos de priorização de
tecnologias em saúde a serem avaliadas.
-
Divulgar os resultados da Avaliação das Tecnologias acompanhando o impacto
produzido pela incorporação das mesmas.
-
Desenvolver ações que possam estimular nos serviços de saúde uma cultura
na tomada de decisões baseada em evidência científica.
-
Identificar e estimular a realização de avaliações para aqueles problemas
da região para os quais não existam evidências científicas que possibilitem a
definição dos processos mais adequados.
3. DEFINIÇÕES Análise custo-benefício: metodologia em que tanto os custos como os
resultados das intervenções em saúde são medidos em unidades monetárias. Análise custo-efetividade: metodologia de avaliação econômica em que se
realiza uma análise comparativa entre o custo, em unidades monetárias, de duas
ou mais alternativas de intervenção em saúde que visem ao mesmo objetivo e seus
resultados sejam medidos em unidades naturais de efeitos sanitários. Por
exemplo: casos evitados, diminuição da mortalidade, aumento da sobrevida. Análise custo-utilidade: metodologia de avaliação econômica em que se realiza
uma análise comparativa entre o custo, em unidades monetárias, de duas ou mais
alternativas de intervenção em saúde que visem ao mesmo objetivo e seus
resultados sejam medidos em termos de qualidade de vida quantificada por
instrumentos específicos que levem em consideração as preferências e
valorizações do estado de saúde realizadas pelos indivíduos, pelos professionais
e pela sociedade. Análise de decisão: ferramenta quantitativa que avalia o valor relativo de
cada uma das opções existentes em uma decisão. Divide os problemas complexos em
partes simples, analiza-os em detalhe e combina-os de novo de modo que se possa
identificar a melhor estratégia. É um procedimento de apoio à tomada de decisões
baseado na utilidade esperada de cada opção sob uma determinada perspectiva. Por
sua vez, constitui-se em um método sistemático de identificação de opções,
quantificação de espectativas ou probabilidades, valorização de resultados e
comparação entre diferentes opções. Critérios de inclusão: explicitação das decisões sobre quais estudos são
incluídos no informe de avaliação de tecnologias em saúde. Efetividade: medida ou avaliação do nível de obtenção atingido em relação com
o objetivo pretendido em condições habituais de uso da tecnologia em questão. Eficácia: relação entre o nível de obtenção atingido ao aplicar uma
Tecnologia em Saúde e a utilização adequada dos recursos disponíveis. Eficiência: obtenção dos objetivos propostos, mediante a utilização adequada
dos recursos disponíveis. Avaliação legal: levantamento das implicações legais da realização dos
procedimentos legais de avaliação de uma determinada tecnologia em saúde ou de
sua utilização. Avaliação qualitativa: metodologia de avaliação na qual não se pretende
realizar uma síntese quantitativa dos resultados. Avaliação social: metodologia cujo âmbito de análise é a sociedade em seu
conjunto ou a comparação dos subconjuntos sociais que a compõem. Evidência científica: informação proveniente da comprovação dos fatos através
da utilização do método científico. Indexação: conjunto de regras adotado para a identificação das informações a
serem incluídas em uma base de dados. Guias de prática clínica: recomendações desenvolvidas sistematicamente e
apresentadas de maneira estruturada freqüentemente com algoritmos ou árvores de
decisão com a finalidade de ajudar os profissionais da saúde e os usuários a
decidirem sobre a atenção à saúde em circunstâncias clínicas específicas. Níveis de evidência: valorização e classificação da evidência existente sobre
uma determinada tecnologia, utilizando distintas escalas baseadas no rigor
científico e na qualidade da evidência disponível. Segurança: medida ou avaliação do nível de dano induzido pela aplicação da
tecnologia em questão. Tecnologias em saúde: conjunto de medicamentos, produtos médicos e
procedimentos médicos ou cirúrgicos usados na atenção à saúde, bem como os
sistemas organizacionais e de suporte dentro dos quais se proporciona dita
atenção incluindo, além disso, as habilidades e conhecimentos que requer o
recurso humano para o uso de Tecnologias em Saúde, tanto em pessoas saudáveis
como doentes. Utilidade: medida ou avaliação do grau em que uma tecnologia contribui para
melhorar a qualidade de vida. 4. METODOLOGIA EMPREGADA
PARA A VALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE
ETAPAS MÍNIMAS DE AVALIAÇÃO DE UMA TECNOLOGIA SANITÁRIA |
4.1. - Estabelecer a pergunta de análise.
4.2. - Definir Critérios de
Revisão Sistemática.
4.3. - Síntese da Evidência
4.4. - Relatório de Resultados
4.5. - Disseminação de Resultados
4.6. - Implementação
4.7. - Avaliação
|
4.1.- Estabelecer adequadamente a pergunta de análise, considerando no mínimo
4 partes: a.- Paciente ou problema: identificação do problema ou incerteza que requeira
investigação. (Ex.: Efetividade, Utilidade, Custo, etc.) b.- Tipo de intervenção a avaliar: explicitar a tecnologia sanitária.
(Ex.: Mamografia). c.- Comparação: no caso de buscar duas alternativas para o atendimento de um
mesmo problema (Ex.: autoexame de mama). d.- Resultado: ser explícito quanto a que parâmetros nos servirão para medir
os resultados (Ex.: QUALY, DALY, Mortalidade, Morbilidade etc.)
4.2.- Revisão Sistemática da Literatura:
inclui definir a estratégia de busca
de bases de dados que serão consultadas, período consultado, critérios de
inclusão e exclusão, outras fontes da literatura. Em seguida, realiza-se a
análise critica da literatura científica de acordo com as tabelas de análise
quer se trate de uma intervenção terapêutica, resultados de diagnósticos, guias
de prática clínica, avaliação econômica etc. No caso de bases de dados eletrônicas não baseadas em evidência, dever-se-á
utilizar filtros de busca que sejam específicos para cada base de dados (Ex.:
MEDLINE, Ovid, Silverplate etc.) e de acordo com a matéria de que se trate,
sejam estas tecnologias de diagnóstico, de terapias ou outras.
4.2. a.- Informação mínima útil para o estudo do contexto local . - Dados Epidemiológicos da doença ou condição clínica implicada, referentes
fundamentalmente à magnitude e distribuição desta.
- Dados que descrevam a utilização atual da tecnologia e da prática clínica
habitual, através da informação contida em registros sanitários, questionários
ou estudos ad hoc.
- Dados sobre os custos decorrentes da utilização da tecnologia.
- Dados econômicos e/ou sociais da população afetada.
- Outros dados que ajudem a responder às perguntas de pesquisa no contexto
local.
4.3.- Síntese da Evidência: estabelecer os aspectos mais relevantes
encontrados, nível de evidência (tipo I a IV) desde a maior evidência, que seja
originada de uma meta-análise, até a opinião de especialistas. Por outro lado,
especificar os aspectos em que o nível de evidência ainda não permite realizar
recomendações, o que estimulará futuras pesquisas (estabelecer nível de
incerteza). Deverá ser incluída sempre uma descrição formal do nível de
evidência de modo a proporcionar um marco uniforme para os dados para conduzir à
recomendações específicas. 4.4. - Informe de Resultados: este deve permitir uma adequada compreensão,
ser reprodutível, explicitar os aspectos de segurança, eficácia, efetividade,
custos, utilidade, eficiência ou impacto, de acordo com o contexto da pergunta
definida. 4.5. - Disseminação de Resultados: significa, entre outras atividades,
trabalhar com as equipes profissionais relacionadas com a TS, contextualizar os
resultados, para passar ao ponto 6. 4.6.- Implementação:
como esta é a fase mais importante para o sucesso
da troca ou melhoramento na tomada de decisão; recomenda-se estabelecer a
pertinência dos resultados a serem implementados, o grupo que toma a decisão ao
qual será dirigido, o tipo de pacientes a quem se pretende beneficiar e prazos
no quais começará a etapa de avaliação posterior. 4.7.- Avaliação: corresponde à avaliação anterior e posterior da aplicação da
ATS, cuja finalidade é reestabelecer as prioridades de avaliação no sistema
sanitário. 5. CONTEÚDO DA BASE DE DADOS O conteúdo mínimo da base de dados é apresentado no Anexo deste Regulamento.
Os responsáveis pela manutenção da base de dados devem ser os centros ou
entidades nacionais competentes pelo fomento e a Avaliação de Tecnologías em
Saúde em cada Estado Parte, mesmo que as bases estejam situadas em outras
Instituições. 6. ESTRATÉGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE AVALIAÇÃO
DE TECNOLOGIAS EM SAÚDE. Entende-se que o processo que conduz à implementação de atividades de ATS,
como componente habitual da prática de atenção à Saúde deve possuir um caráter
gradual até a existência de uma necessidade reconhecida no meio, e um grupo de
Centros e Profissionais suficientes para dar resposta a esta necessidade. Dentro dos componentes da estratégia de implementação de ATS encontram-se: 1) Mecanismos básicos de Indução:
a) Liberação para o uso.
b) Reembolso pago pelo setor público.
c) Inclusão na cobertura obrigatória de distintos setores do sistema de
saúde.
d) Outro que derive da combinação dos ítens anteriores.
2) Identificação de tipos de Tecnologia:
a) Produtos para a Saúde.
b) Procedimentos individuais.
c) Procedimentos coletivos.
d) Campanhas educativas.
e) Técnicas de gerência de Serviços de Saúde.
f) Outros.
3) Identificação dos mecanismos de controle existentes para cada tipo de
Tecnologia. ANEXO I
CONTEÚDO MÍNIMO DA BASE DE DADOS:
PAÍS NOME DA INSTITUIÇÃO
FORMA JURÍDICA
ENDEREÇO TELEFONE FAX E-MAIL PÁGINA WEB AUTORIDADES POR DEPARTAMENTO OU ÁREA ÁREAS DE ESPECIALIZAÇÃO ÁREAS DE PESQUISA FONTES DE FINANCIAMENTO
PROFISSIONAIS: LISTA COM NOME, TÍTULO E ÁREAS DE TRABALHO E CURRICULUM VITAE RESUMIDO
PUBLICAÇÕES:
ARTIGOS
LIVROS MANUAIS NORMAS MONOGRAFIAS OUTROS
SERVIÇOS OFERECIDOS: TIPO DOCENTES (CURSOS) CONSULTORIA OUTROS
FORMA DE PRESTAÇÃO:
CONVÊNIOS
COOPERAÇÃO OFICIAL PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS GRATUITOS DE ACESSO UNIVERSAL PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS REMUNERADOS
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